Hoje, sem mais nem menos, me veio à mente a palavra
“Jubiabá”, nome de um romance de Jorge Amado, junto à lembrança de que meu pai
e eu costumávamos brincar com a palavra, usando-a para nos chamarmos
reciprocamente.
Meu pai gostava muito de ler e tinha uma biblioteca
considerável, apesar do pequeno espaço de um quarto e sala. As paredes eram
forradas de livros e isso nos influenciou a todos, da família. Minha mãe também
era (e ainda é) uma grande e ágil leitora. Além da leitura, meu pai também
gostava de brincar com as palavras e de dar aulas de Português e Literatura,
disciplinas que lecionou em cursos preparatórios da Biblioteca Nacional e
cursos do artigo 99 durante vários anos, tarefa acumulada à de oficial de justiça.
Certa feita, meu pai me surpreendeu com uma palavra que eu
não conhecia e ficava repetindo-a como se fosse o meu nome. “Nataribu”, dizia em
voz alta! “Nataribu” ... e soltava uma risada! Cheguei a pensar que fosse algum
nome turco, mas só consegui desvendar o enigma quando, acompanhando-o em outro
de seus prazeres – o da cerveja – em um bar de Copacabana, descobri que
“Nataribu” é Ubiratan ao contrário. Em frente ao bar Danúbio havia um prédio
com esse nome e meu pai caiu na gargalhada ao ver que eu havia, finalmente,
desvendado o mistério.
Hoje o Danúbio mudou de nome e meu pai já não está por aqui –
ou melhor, está! Ele continua nessas lembranças e nas imagens de um filme em
que contracenou com o Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha. O filme se chamava
“Um Homem Sem Importância” e, apesar do papel principal ser do Vianninha, pra
nós da família quem brilhava era meu pai – mesmo tendo a voz trocada pela de um
dublador, pois a tomada era externa e a tecnologia precária.
Hoje lembro meu pai em seus ensinamentos de gramática, sua
verve poética intensa, seu bom humor quase permanente. Seu Mário só não gostava
de baixaria, golpe baixo, molecagem ...
Mário Prieto, velho Mário ... que falta que você nos faz!
Emocionante, cara! Grande abraço!
ResponderExcluirEmocionante, cara! Grande abraço!
ResponderExcluirValeu, Itárcio. Abraço forte!
ExcluirNossa, seu pai e Vianninha juntos nesse filmaço? Que bela homenagem a eles e ao antigo e glorioso cinema brasileiro.
ResponderExcluirAbraços
Valeu, Valéria. O filme é bem atual, não é? Abraços!
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