Desde 2002, temos testemunhado várias
tentativas de destituir governos democraticamente eleitos no continente sul
americano com auxílio dos meios massivos de comunicação e de empresas. Na
Venezuela, o proprietário de um grupo de empresas de comunicação e de petróleo
se alçou presidente durante uma tentativa de golpe frustrada. Esse empresário e
outros, como Gustavo Cisneros (conhecido no Brasil como o ‘Roberto Marinho da Venezuela’), participantes da tentativa de sedição, teriam se reunido com diplomatas
dos Estados Unidos, país que reconheceu o governo golpista em menor tempo. Na
Bolívia, empresários da ‘Media Luna’ (Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija), com
ajuda de diplomatas externos, planejaram e tentaram impor em 2008 um movimento
autonomista de oposição e insurreição ao governo central de Evo Morales,
presidente democraticamente eleito, com a explosão de gasodutos, bloqueio de
estradas, ocupação de prédios públicos e cerca de 30 mortos. O pretexto era garantir maior
autonomia política para essas províncias, mais ricas e brancas que a média do
país, e barrar o projeto ‘Renta Dignidad’ de aposentadorias. No Paraguai, os
colorados que haviam governado o país por 61 anos não aceitaram a vitória
eleitoral de Fernando Lugo e, a partir de sua posse, começaram a fustigá-lo, aproveitando um incidente com mortes em uma fazenda de um ex-senador colorado
para pedir sua deposição. Julgado pelo Congresso no que se chamou de ‘julgamento
relâmpago’, Lugo foi deposto por um parlamento com predomínio de latifundiários
e donos de empresas. Também aí apontou-se a pressão dos Estados unidos,
interessados em implantar suas bases militares no país.
Nas tentativas de reversão da
vontade popular no Brasil e Argentina, sempre presente a mão de empresários. Tanto
lá como cá, federações de indústrias, comércio e grupos de comunicação se erigem
em porta-vozes da oposição política e financiam movimentos opositores
oportunistas. No caso dos meios de massa, seu apoio aos partidos opositores é
amplo e descarado, chegando ao ponto de encobrir quaisquer delitos praticados
por seus políticos em gestões atuais e passadas para concentrar a carga contra
as políticas, partido e integrantes do atual governo eleito e reeleito
democraticamente em ambos os países. Já ao empresariado, além de declarações
contra tributos e contra o rumo da economia, cabe o papel financiador. Presidentes
do maior grupo de bebidas da América Latina e donos de imensas fortunas subvencionam,
junto com outros empresários daqui e de fora, ruidosos movimentos de oposição
de rua. O tambor das mídias associadas a partidos opositores e ao empresariado
também bate sem parar, exigindo mudanças – ou, na verdade, retorno às políticas
da direita que já nos governou por décadas. Tais pressões conseguiram facilitar
a vitória eleitoral da direita na Argentina e no parlamento venezuelano. Resta
apurar a participação externa aqui, uma vez que a mesma embaixadora que atuou
no Paraguai na época de Lugo exerce desde 2013 suas funções diplomáticas no Brasil
...
Flávio, posso publicar este seu texto modificando os parágrafos? Se não, publico conforme este original. Abraõs!
ResponderExcluirAbraços!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPode editar e publicar, Itárcio! Abraço! (não tinha lido)
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