Prisões preventivas, usadas arbitrariamente como punição prévia a desafetos políticos ou membros de partidos contra os quais já se declarou aversão, são uma aberração jurídica. Se agregarmos a isso o fato de essas prisões serem anunciadas em primeira mão aos meios de comunicação privados, como forma de espetacularização da justiça, vê-se que os que o fazem buscam na realidade uma justiça de fachada e de aparência - ou melhor, um falso justiceirismo. É isso que está ocorrendo agora, no bojo de manifestações de membros de partidos que pedem a renúncia da mandatária máxima eleita, como se fez em 1964 contra Jango. Esse conluio, avivado por meios de comunicação majoritariamente a favor de tucanos e declaradamente-descaradamente antiPT fermenta um caldo de golpe que só tivemos antes no Brasil no fim do período Vargas e durante o mandato de Goulart.
E olha que os indicadores sociais e econômicos não se comparam aos daquele período, ou seja, não temos taxas de inflação e de exclusão ou endividamento que justifiquem uma adesão popular a tais golpismos, típicos de quem perde um pleito eleitoral e não consegue se conformar, e nem as greves gerais de então. De fato, o atual cenário social e econômico só não está melhor do que poderia estar devido às agitações políticas e aos julgamentos com uso de arbítrio - o que nos faz aparecer como um país onde as garantias fundamentais não são respeitadas e cria reais instabilidades. Qualquer um pode ser preso e condenado mesmo sem provas? Campanhas de mídia e de políticos de oposição são suficientes para afundar empresas públicas e gerar ansiedade econômica? Na realidade, não - mas que atrapalham o país e retardam as possibilidades de um desenvolvimento mais amplo e profundo, é fato.
f.b.prieto
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