VIVA: VAI
TER CHURRASCO E VAI TER COPA!!! (F.Prieto)
Imagine
a seguinte situação: o conselho de condôminos de um conjunto residencial
resolve, após aprovação em assembleia geral, conforme obriga o estatuto
condominial, organizar um churrasco para dali a seis meses nas dependências
comuns do condomínio construídas para isso. Várias semanas depois, um grupo de
condôminos descontentes resolve se rebelar e começa a gritar que 'Não vai ter churrasco!'
já que a prioridade, segundo eles, seria a limpeza da caixa d'água e a recuperação
das lixeiras e dos jardins (itens também contemplados na mais recente e em
outras assembleias anteriores, inclusive). Mesmo sendo informados de que o
churrasco, na verdade, seria um momento de confraternização entre os
condôminos, seus familiares e visitantes, arrecadando também verbas mediante
cobrança de ingressos, as quais servirão para pagar o próprio evento e a
reforma da churrasqueira - prevendo ainda um lucro de 200% a ser revertido em
favor do próprio condomínio - assim mesmo, os opositores ao churrasco retrucam
que são vegetarianos e que churrascos geram fumaça e barulho e devem ser
impedidos de acontecer a todo custo. A coisa se complica quando, insuflados
pelos três principais opositores à atual administração eleita, um ex-síndico e
outros dois que gostariam de ser síndicos mas nunca obtiveram os votos
necessários, associados a gente de outros condomínios, é criado um 'movimento
anti-churrasco' ecumênico, que logo vira uma espécie de intifada feroz,
com uso de megafones, cartazes e marchas condomínio adentro, depredação de
canteiros e lixeiras, luminárias e postes, tentativas de ataque à própria
churrasqueira, às caixas de correspondência e até à sala de reuniões de
condôminos, além dos filhos de alguns ativistas revoltosos acamparem em frente
à casa do subsíndico por vários dias para fiscalizar cada ato de sua vida,
hostilizando-o e a seus amigos e familiares com base no suposto direito
irrestrito de livre manifestação ... sendo o último passo da ‘luta’, tentar
montar brigadas e barricadas contra o citado churrasco.
Claro,
isso é uma mera analogia pois cidades e países não são simples condomínios e
prefeitos, governadores e presidentes(as) não são meros síndicos. Mas serve
para mostrar o absurdo que é algo que começa como um movimento reivindicatório
retardado e por uma via inadequada - já que a Copa deveria ter sido questionada
quando se soube que ocorreria aqui, por meio de um pedido de referendo ou consulta
popular - e logo se torna um pretexto desonesto para tentar derrubar, por meio
de protestos acirrados e atos extra-legais de grupos minoritários, uma
administração eleita pelas vias normais previstas nos estatutos do país. Nenhum
partido assumiu publicamente essa oposição à Copa com todas as letras desde o início, ou na
última eleição presidencial, e nem quando seria possível questioná-la pelas
vias legalmente previstas. Tentar impedir ou estorvar sua realização agora,
além de ilegítimo e ilegal, chega a ser burrice e contrassenso, pois é jogar no
lixo parte dos investimentos realizados e comprometer a possibilidade de
retornos – parcela expressiva dos quais, reitero, serviria exatamente para atender a
várias das demandas dos ‘condôminos revoltosos’. E, diga-se a verdade: os cerca
de 1% ou 2% que chegaram a participar efetivamente de atos contra a Copa ou
contra o governo que aceitou que ela se realizasse aqui também não representam
os outros 99% ou 98% da população que não se manifestaram. Por isso, também me
acho no direito de declarar: - Vai ter Churrasco sim! (ou melhor: - Vai ter
Copa! E vai ser muito legal!!!).
* Obs.: dos lucros previstos com a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014, calcula-se que cerca de 60 bilhões fiquem em impostos, para serem investidos onde precisarmos ou desejarmos. |
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