Yasser Arafat morreu doente em um hospital na França em novembro de 2004, após ter seu QG em Rammalah, na Cisjordânia, bombardeado diversas vezes pela artilharia israelense. Suspeita-se que sua morte tenha sido causada por envenenamento por polônio, embora tal fato nunca tenha sido confirmado de maneira incontestável. Era o líder da OLP e do Fatah, movimento que criou para lutar contra a dominação absoluta da Palestina por Israel. A Palestina, apesar de ser uma grande região citada na Bíblia e em outros livros de história antiga e de o plano de criação de Israel pela ONU prever a criação de dois países, nunca foi reconhecida como estado independente. Em sua época de militância mais intensa, Arafat era considerado o inimigo número um de Israel, só sendo aceito como legítimo representante da região e interlocutor político a partir do final da década de 90, quando tornou-se presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina). Assim mesmo, morreu como um inimigo e para que fosse autorizada sua saída da região para poder internar-se na França foi necessário um esforço diplomático imenso, já que Israel se obstinava em não deixá-lo viajar. Dizia Israel que enquanto Arafat e seu grupo fossem os representantes do povo palestino, não haveria negociação possível, sendo necessário que o povo palestino boicotasse a OLP e Fatah em favor de outros representantes mais moderados. Na época, o Hamas era considerado mais moderado, sendo aceito como interlocutor e substituto ao grupo de Arafat. Hoje, o Hamas é considerado o problema por Israel ...
Como se nota, o problema para Israel é os palestinos terem alguma liderança que queira reivindicar direitos, que exija tratamento digno e respeitoso, que imponha que seu povo possa viver com tranquilidade e soberania em um território que não esteja fracionado e espoliado por Israel. Maior problema ainda se eles apoiarem uma liderança que seja capaz de matar ou morrer por isso – tanto quanto Israel é capaz de matar ou morrer pelo que considera como seu direito à segurança e soberania. Então, como se nota, o que Israel não quer e não admite, com relação aos palestinos, é um tratamento igualitário e a possibilidade de abrir mão do que tomou à força. Israel quer uma paz incondicional, uma paz imposta sob coerção armada e sem direitos, uma ‘Pax Israelensis’. Israel quer, sobretudo, uma paz desigual.
Obs.: agradeço ao amigo Marco, do blog O Antipig, a expressão 'pax israelensis', que me levou a escrever o breve artigo.
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