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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
CALMA, GALERA: A ÁGUA DO MUNDO NÃO ACABARÁ
“Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (Lei de Conservação de Massas ou Lei da Conservação da Matéria, de Antoine Laurent de Lavoisier – químico francês, considerado o pai da Química moderna).
Num sistema fechado, temos uma quantidade fixa de matéria que se mantém constante. Esse sistema não permite a troca de matéria com a vizinhança, somente energia. A Terra é considerada um sistema fechado ou semi-fechado, uma vez que não há permuta significativa de matéria entre ela e o meio envolvente, havendo apenas trocas de energia.
¾ da superfície do planeta estão cobertos de água.
Bastaria ter em conta as três informações acima para nos darmos conta de que a água no planeta Terra não irá acabar – como alguns afirmam – salvo na hipótese de transformações astronômicas significativas que alterem a condição de ‘sistema fechado ou semi-fechado’ do planeta ou que modifiquem radicalmente o chamado ‘ciclo hidrológico’, isto é, a série de transformações de estado que a água sofre na natureza, mantendo-se, no entanto, constante em quantidade.
Então, como explicar a escassez permanente de água em algumas regiões e temporária em outras? Entram em jogo, aí, fatores geológicos, climáticos e humanos tais como desmatamento, porosidade, composição e estrutura dos solos, calor, ventos, correntes marinhas, concentração e crescimento demográfico, uso industrial, uso per capita e desperdício – dentre outros.
Cerca de 96,5% de toda a água existente no planeta é salgada. O restante, ou seja, a água doce, encontra-se distribuída nas calotas polares, glaciares, neve, aquíferos e mananciais, rios, lagos, umidade do solo, vapor d’água atmosférico e seres vivos. A totalidade dessa água está sujeita ao ciclo hidrológico, ou seja, evaporação e evapotranspiração, condensação, precipitação, escoamento e armazenamento. Sendo a evaporação no mar em média bem mais ativa do que em terra, os oceanos fornecem aos continentes uma parte da umidade que transmitem à atmosfera. Quase um terço da precipitação nos continentes provém diretamente da evaporação marinha.
Podemos, portanto, notar a importância dos oceanos na regulação do clima na Terra e no fornecimento de umidade aos continentes. Em geral, correntes marítimas frias concorrem para a formação de climas desérticos enquanto as quentes exercem papel contrário. Barreiras naturais tais como cadeias de montanhas também podem influir no clima. Mudanças nas direções das correntes marinhas têm sido apontadas como co-responsáveis por mudanças climáticas.
A maior parte da água doce do planeta está nas calotas polares, neves e glaciares, em segundo lugar nos aquíferos e mananciais e, em terceiro, nos rios, pântanos e lagos. Essa água, para ser disponibilizada para consumo humano, depende de captação, tratamento e distribuição. Uma parcela do que é captado e tratado evapora ou se perde em vazamentos, principalmente na fase de distribuição. O desperdício na fase de consumo também é responsável por perdas consideráveis, já que nem sempre se consome de forma racional – quer se trate de consumo pessoal, público ou industrial. Tais fatores podem, de fato, contribuir para o aumento da escassez local e custos de captação e distribuição.
Um fato interessante: entre os séculos XVIII e XIX, no Rio de Janeiro, produtores de açúcar e cafeicultores começaram a utilizar parte da Floresta da Tijuca para plantar cana de açúcar e café, causando danos à capa vegetal original e ao solo, que foi perdendo umidade e se esgotando. O fornecimento de água potável à cidade logo foi prejudicado, tendo ocorrido grandes secas em 1824, 1829, 1833 e 1843. A partir de 1844 foram iniciados trabalhos de replantio de espécimes nativas e compra das propriedades próximas às nascentes dos rios Carioca, Comprido e Maracanã. Em 1862, o imperador D.Pedro II ordenou ao Major Archer que iniciasse o trabalho sistemático de reflorestamento, iniciado por este e concluído em 1887 pelo Barão de Escragnolle.
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